O referendo

Pergunto-me se os portugueses estarão devidamente informados para opinarem com conhecimento de causa sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Eu não estou, confesso. Ainda tenho muitas perguntas sem respostas…

Será uma questão que diga mais às mulheres que aos homens?
Na minha opinião, não. Embora a mulher tenha sempre a última palavra, não me parece que seja uma decisão só dela.

Mas em que moldes é que o aborto será despenalizado?
Sinto-me tentado a pensar que o aborto acabará por ser considerado um método contraceptivo em última instância. O que seria muito grave.

Onde se praticariam?
Em hospitais públicos? Não me parece que o nosso SNS, já com tantos problemas, tenha capacidade para tal. Nem me parece correcto que estas intervenções tenham prioridade em relação a outras intervenções cuja realidade do tempo de espera toda a gente conhece, infelizmente.
Recorrer-se-ia às clínicas privadas. Mas então, o problemas das pessoas com poucos recursos que pretendam assistir a este direito, manter-se-ia. Continuariam a recorrer a pessoas habilidosas, em situações precárias.


Pessoalmente, sou contra o aborto. Nunca o faria, não era capaz. Mas sinto que não tenho o direito de vedar esse direito a quem o queira exercer. Sinto que não devo impor as minhas ideologias aos outros… O que fazer?...