A tremoço

Uma das coisas que mais aprecio na maravilhosa cidade do Porto (além da sua beleza melancólica) é o facto de, apesar de ser a segunda maior cidade do país, sinto-a como se fosse uma pequena aldeia, onde toda a gente se conhece.

Na quinta-feira, no Batô, fui vítima da tal abordagem “Eu conheço de qualquer lado”, à qual eu respondi o meu clássico “não me parece”. Nunca tinha visto tal cara. Mas a verdade é que ele além de aparentemente ter estudado na mesma escola secundária que eu, também frequenta a empresa onde trabalho. Como é que é possível aquela cara não me dizer nada? Eu sei que sou despistada, que vivo com a cabeça na lua. Quantas vezes estou a olhar para algum lado ou alguma pessoa e nem estou a ver. Porque o cérebro anda às voltas com pop-up thoughts. Mas quem está do outro lado, muitas vezes, interpreta esse meu distanciamento como narizinho empinado. (Nessa noite adormeci a pensar nisso.)
Sexta-feira. Saí do ensaio já passava das 23h e tinha gente à minha espera. Ia lampeirinha (já tenho o pé pesado...). Fui parada pela polícia! Encosto, abro o vidro. O polícia bate a continência e ri-se. Pergunta-me se eu não trabalho na XXX. Eu já me preparava para responder “não me parece”. Mas o mais estranho é que ele acertou na empresa! Fixei o olhar na cara do rapaz. Nunca o tinha visto! Como é que é possível?! (Pelos visto é amigo do big boss. Parte boa, desejou-me boa viagem e deixou-me seguir. Eh!)
Curiosamente, umas horas depois, à entrada do Plano B, dou de caras com um colega do 7.º ano que nunca mais vi.

Trocar de cidade?
Não me parece!!!